
Rogerio Barros – Associado do IPB-BA
Ao propormos a rubrica Entre(a)vista, partimos do pressuposto de que há, entre o olho e aquilo que podemos ver, (a)lgo que nos captura, estabelecendo a fronteira no campo escópico. A cena que focamos revela a nossa própria captura a partir do que nos é mais íntimo e estranho a uma só vez: o objeto a, que nos permite estabelecer a relação com a realidade.
Para explorar a cisão entre o olho e o olhar, os limites do campo escópico e os efeitos do novo mestre que tudo observa, abrimos a nossa rubrica com a entrevista realizada por Marie-Hélène Brousse[1], legendada por Marcelo Veras, a Gérard Wajcman, autor do livro L’oeil absolu[2], referência fundamental para interrogar os confins da intimidade nos tempos de super exposição. Para animar ainda o debate, trazemos logo em seguida a cena de Le Mépris, de Jean Luc Godard, comentada na entrevista, para representar a ausência de bastidores, fazendo-nos interrogar a própria opacidade do real frente ao empuxo exibicionista contemporâneo.
Deleitem-se!
Abertura do filme Le Mépris, de Jean Luc Godard: